A cromoscopia consiste na aplicação de agentes que realçam a superficie da mucosa gastrointestinal, permitindo uma melhor avaliação da mucosa durante a realização da endoscopia.
Esta técnica é simples, segura e barata, permitindo realçar a mucosa de diferentes orgãos como o Esófago, estômago, Duodeno, Intestino Delgado e intestino grosso.
Podem ser usados diferentes agentes de cromoscopia de acordo com o objetivo da endoscopia e o orgão em causa. Entre os agentes mais usados destacam-se o lugol, o azul de metileno, o indigo carmim e o ácido acético (principal constituinte do vinagre).
A cromoscopia tem sido cada vez mais usada no rastreio de neoplasias gastrointestinais, principalmente em populações de risco como doentes com Colite ulcerosa e doentes com risco acrescido de neoplasias do estômago. Estudos têm provado a sua eficácia nestes contextos. A cromoscopia pode também ser usada nas endoscopias de controle em doentes a quem foi removida previamente uma neoplasia.
Cada vez mais são também usadas técnicas endoscópicas de “cromoscopia digital” que, usando por exemplo filtros de luz (no caso da Narrow Band Imaging), permitem uma observação semelhante à cromoscopia convencional sem a necessidade de administração de corantes. Estas técnicas digitais permitem também um maior realce dos vasos na superficie da mucosa e têm ganho cada vez mais popularidade.
Neoplasia do estômago diagnosticada com cromoscopia com azul de metileno (Figuras 1 e 2):
Figura 1. Imagem com endoscopia convencional
Figura 2. Imagem após aplicação de azul de metileno na superficie da mucosa do estômago. É evidente no centro a presença de uma lesão. As biopsias desta lesão confirmaram a presença de neoplasia que foi removida endoscopicamente
Cicatriz pós remoção endoscópica de neoplasia do Reto (Figuras 3 e 4):
Figura 3. Imagem com endoscopia convencional
Figura 4. Imagem com uso de “cromoscopia digital”: narrow band imaging. É evidente um aumento do realce da mucosa, dos vasos superficiais (a azul) e da fibrose da cicatriz (linhas brancas)
Texto e imagens retirados do website da Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva – SPED.